quinta-feira, maio 26, 2005

chá de cadeira

Cabelos presos e pretensamente desorganizados, olhos marcados por um forte traço preto e o batom já perdendo a viscosidade. O perfume quase se extinguiu do quarto e o telefone não toca, e, obviamente às duas da manhã não irá mais tocar.
A primeira vez de um bolo imagino que seja igual a primeira vez que alguém te morde no pescoço: não sabemos se rimos, se gritamos ou se simplesmente ficamos aliviadas.
Tudo que importa é rir no final...:)

terça-feira, maio 24, 2005

Belinha

Esses dias eu li um conto chamado “Belinha”, de Marcelino Freire. Fala sobre a maldita da palavra que sempre nos falta. Bem aquela uma que sempre fica engasgada, não por falta de coragem, mas talvez porque ela não exista mesmo, ou porque não sabemos traduzi-la para o nosso código lingüístico, ou então, o que geralmente me acontece, por não saber a direção que quero dá-la....
Ontem eu a senti como jamais havia sentido. Olhos nos olhos, corações apertados e corpos distantes. A angústia de tanto em comum e nenhuma abertura para compartilhar.
Neste caso não foi apenas uma palavra que me faltou, pois senti como se houvesse um dicionário dentro de mim, cheio de palavras perdidas a espera de contexto: “oi”, “desculpa”, “te amo”, “suma”, “me abrace”, “estúpido”, “indiferente”..... Ai discernimento!!!! Porque andas tão afastado de mim....

segunda-feira, maio 23, 2005

inconstâncias

Os movimentos da vida me intrigam. Me falavam que eram coisas da adolescência ...toda essa fluência de certeza e vontades. Depois atribuíram aos hormônios, e todo aquele papo de TPM e período fértil. E agora? Qual explicação eu dou para esses anseios que a cada dia apontam para um outro lado....isso porque nem geminiana sou. Tenho vontades novas a cada momento, no entanto nunca sigo uma com toda a minha convicção. Aliás, essa é uma palavra que anda me faltando....
Ando tão fugaz...já diria o meu ex....ah esses exs....melhor seriam se fossem para uma outra dimensão, junto com suas certezas e determinações.

Thomás